Por Money Lab 13 dez 2019 16h24

Grupo que controla Nova Engevix vem aperfeiçoando o seu programa de governança para garantir transparência e segurança nas operações.

Depois de 180 dias de negociações, a Nova Participações, antigo grupo Engevix, firmou em novembro um acordo de leniência com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU).  O acordo inclui a devolução de R$ 516,3 milhões à União até 2046 e a implementação de uma série de iniciativas para melhoria das práticas de governança e transparência da empresa, investigada pela Operação Lava Jato.

A assinatura representa uma virada de página simbólica para a companhia, afirma José Antunes Sobrinho, acionista da Nova. “Essa nova fase se iniciou em 2016, a partir de uma reestruturação societária da empresa e a implementação de um programa de integridade, que foi instituído formalmente em 2017 e nos permitiu assinar esse acordo agora em 2019.” A mudança do nome do grupo, no segundo semestre deste ano, também fez parte deste processo de reestruturação e direcionamento dos negócios.

A celebração do acordo é considerada uma conquista, pois atesta que a empresa está comprometida em cumprir uma série de padrões alinhados à ética, transparência e governança, explica o executivo. “A avaliação da AGU e da CGU é bastante criteriosa, mas com procedimentos claros e definição de metodologia”, explica Adjair da Cunha Santos, diretor de integridade da Nova Participações. “Só conseguimos celebrar este acordo porque cumprimos todos esses critérios e firmamos o compromisso de aperfeiçoar o nosso programa de integridade.”

“Hoje em dia é muito melhor contratar uma empresa que fechou acordo de leniência, pois ela se torna uma parceira institucional das autoridades lenientes e desse modo não medirá esforços para garantir a execução das melhores práticas de governança e integridade”, completa.

A companhia reforça que, apesar de as empresas do grupo terem passado por dificuldades nos últimos cinco anos, isso não as impediu de cumprir com suas obrigações sociais, financeiras e trabalhistas, o que também permitiu a assinatura do acordo com AGU e a CGU.

A companhia também faz parte do Instituto Brasileiro de Autorregulação no Setor de Infraestrutura, uma associação civil sem fins lucrativos e econômicos de âmbito nacional que tem como missão e objetivo principais a promoção do fortalecimento do segmento a partir de uma pauta que atenda premissas de transparência, ética, integridade, sustentabilidade, respeito ao meio ambiente, governança corporativa, melhores práticas e responsabilidade social.

Impactos do acordo nos negócios

O acordo de leniência deve ampliar o leque de oportunidade e a gama de clientes da Nova Participações, que acumula 55 anos de ampla expertise na área de engenharia e infraestrutura, possuindo o maior acervo técnico de obras do país.

O objetivo do acordo é trazer mais segurança ética para as operações da companhia, explica o diretor de novos negócios, Filipe Koefender. “É isso que o mercado exige e vai olhar daqui para frente. A qualificação técnica é a raiz da nossa empresa, nosso diferencial. Mas o cliente também busca a segurança ética na prestação de serviços”, diz o executivo.

Com a assinatura do acordo, a empresa poderá voltar a celebrar contratos com a Petrobras — não havia impedimento de celebração de contratos com outras empresas estatais ou privadas. No entanto, o foco da companhia nesta nova fase será o setor energético e projetos de geração e transmissão de energia. As obras da hidrelétrica de São Roque, em Santa Catarina, paralisadas por falta de recursos, devem ser retomadas no início do ano que vem. O grupo também deve iniciar projetos em Sergipe e participar do leilão anual da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

“Nós vemos o futuro com certo otimismo e estamos prospectando uma série de projetos de geração e transmissão de energia, algo que está no nosso DNA”, afirma Koefender. Ele explica que esses projetos vão desde pequenas e médias centrais hidrelétricas, até parques de energia solar e usinas de geração de energia a partir de queima de resíduos.

“O acordo de leniência nos beneficia pois nos permite oferecer mais segurança aos nossos clientes, além de toda a nossa qualificação técnica e 55 anos de expertise no setor”, reforça.

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